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500 metros, é o que diz na placa à frente. Só um esforcinho a mais e opa! olha lá a placa de 400 metros. Continuo tentando não baixar o ritmo afinal temos de alcançar a linha de chegada de maneira bonita.
300 metros e já dá para ver o relógio marcando o tempo lá no fundo, olha a chegada. Eu vou conseguir! Eu vou conseguir! Eu vou conseguir!
200 metros e a adrenalina começa a aumentar, o corpo começa a reagir melhor aos estímulos. Já há diversas pessoas nas grades de proteção te olhando, acompanhando o seu esforço. Isso infla o seu ego, a sua resistência e o seu estímulo.
100 metros. Poutz, estou me sentindo ótimo! Quer saber? Vamos para um sprint final! Toda a adrenalina é jorrada desgovernadamente inundando os pontos mais longínquos do organismo. Ela faz com que suas passadas sejam firmes; sua respiração está sob controle e todos os seus sentidos funcionam de
uma maneira inexplicavelmente acima de todas as suas expectativas.
Você cruza a linha de chegada! Milhares de pessoas estão ali vendo o seu esforço, acompanhando a sua conquista (mentira, são só algumas), dezenas de fotógrafos se espremem estapeando uns aos outros para conseguirem uma foto sua (mentira, sempre tem uma gostosa do seu lado que chama mais a atenção deles) e você nem sabe que há um posto médico ali próximo (mentira, tudo que você mais quer é deitar e receber soro na veia, inalação e massagem. Se possível um antitérmico, um anti-inflamatório, um anti-ficar-acordado, um anti... Não! Você vai passar com a cabeça erguida como se fosse somente mais uma corridinha. Mesmo que as câimbras estão repuxando toda a musculatura da perna, mesmo que o fôlego está próximo de zero e que você se sinta saindo de um deserto por causa de tanta sede que você sente.).
Esta pequena cena, este minúsculo momento, este único e exclusivo instante é a realização de todo um trabalho, de todo um esforço, de toda uma dedicação. Esta é a sua conquista!
Qual a próxima corrida?